Como funciona as 5 etapas do processo de reciclagem no Brasil

Você já parou para pensar o caminho que uma embalagem, garrafa ou outro produto reciclável que você descartou faz, depois que sai do lixo da sua casa? Chamamos isso de cadeia da reciclagem e vamos explicar como ela funciona nesse post.

O processo completo de reciclagem possui 5 etapas e envolve uma cadeia cheia de atores: nós, cidadãos e consumidores; indústrias; cooperativas de reciclagem; operadores privados; catadores independentes e, por fim, recicladores.

Cada um tem um papel fundamental neste ciclo importantíssimo que, infelizmente, ainda caminha a passos lentos em nosso país.

Confira abaixo, passo a passo, como acontece o processo de reciclagem e a importância desse serviço tão essencial e necessário nos dias de hoje:

 

Descarte

Para conseguirmos atingir uma eficiência maior no final do processo de reciclagem, o descarte correto e adequado dos resíduos é super importante. No geral, a origem do descarte vem de dois grandes grupos: o das empresas e o das pessoas, que somos nós, os consumidores.

As empresas seguem leis específicas para o descarte de cada tipo de material, já os consumidores podem fazer sua parte separando e descartando os resíduos para reciclagem da forma correta. 

Com essa atitude, as pessoas ajudam a diminuir os acidentes de catadores e cooperadoras, poupa o tempo de triagem e pode impedir a contaminação de outros resíduos que estariam aptos à reciclagem. Quer saber de que outras formas você pode se tornar um cidadão consciente? Conheça os 6 R’s da sustentabilidade.

 

Coleta

No Brasil, quando estamos falando da reciclagem de embalagens e diversos outros materiais pós-consumo, as empresas que comercializam esses itens devem viabilizar uma forma de descarte correto, segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Os municípios também têm responsabilidade compartilhada nesse processo e disponibilizam para os habitantes sistemas de coleta e Pontos de Entrega Voluntária de diversos tipos de resíduos.

Entretanto, são as cooperativas, os operadores privados e os catadores individuais que ficam responsáveis e coletam o que descartamos, na maioria das vezes, de forma manual.

Esses atores que efetivamente viabilizam toda a cadeia de reciclagem e muitas vezes não são remunerados de acordo com a importância dessa atividade.

 

Triagem

Esta etapa é realizada dentro do galpão e é onde ocorre a separação entre os materiais recicláveis e não recicláveis e também entre os grupos e tipos de materiais: metal, papel, plástico e vidro. 

O processo pode utilizar esteiras ou até máquinas capazes de realizar a separação sozinha. Aqui no Brasil, como a triagem ainda é realizada manualmente, as cooperativas e operadores privados coletam os materiais recicláveis e fazem a separação em mesas ou esteiras mecanizadas.

Por isso a importância de separar nossos resíduos por tipo de material. Conheça mais sobre a etapa da triagem no ciclo da reciclagem.

 

Destinação

Após sua separação, os materiais podem ou não ser prensados. A vantagem de se prensar é que reduz o espaço ocupado, aumentando a quantidade de materiais transportados no frete que terá destino ao reciclador final. É no fim desta etapa, após a venda do material, que a maioria das cooperativas são remuneradas.

Infelizmente, o alto custo logístico muitas vezes impede a comercialização diretamente com as indústrias, que geralmente se encontram nos grandes centros urbanos, obrigando as cooperativas e pequenos operadores privados a vender para recicladores intermediários a valores mais baixos.

As cooperativas são importantes neste processo, pois não são responsáveis apenas por grande parte dos resíduos coletados, mas também por oferecer oportunidades de trabalho e renda para milhares de trabalhadores que dependem da reciclagem.

 

Beneficiamento

Depois de todo o caminho realizado pelos materiais recicláveis, ao chegar na indústria, eles passam por um processo chamado beneficiamento, que resultará em uma nova matéria-prima.

É aí que entram em ação os recicladores, que na maioria das vezes, são especialistas em um único tipo de material, pois o processo de transformação para cada um dos materiais é diferente.

No ciclo da economia circular, o ideal é que o material beneficiado seja utilizado novamente para sua finalidade inicial, por exemplo, uma embalagem voltar a ser a mesma embalagem. Infelizmente, isso não é tecnicamente viável para todos os tipos de materiais.

 

Benefícios para uma cadeia toda

Para ajudar a reduzir o impacto do lixo descartado no meio ambiente, empresas e grandes geradores precisam direcionar embalagens pós-consumo e materiais como pilhas, pneus e lâmpadas para a reciclagem ou para a obtenção de energia. Esse processo é conhecido como Logística Reversa.

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS, Lei 12.305/10), para estar dentro da lei, toda empresa precisa destinar para a logística reversa, o mínimo 22% de toda a massa de embalagens comercializada no ano de referência. 

Para que essa comprovação seja efetivada, as empresas podem adquirir Certificados de Reciclagem, como os que são emitidos pela eureciclo. Esses documentos são gerados quando as cooperativas vendem materiais para a indústria da transformação.

Quando os Certificados de Reciclagem são vendidos para as empresas que precisam cumprir a meta de reciclagem de suas embalagens, as cooperativas conseguem um dinheiro extra, complementando o valor da sua operação e permitindo investimentos em novas tecnologias, segurança e remuneração para os colaboradores e até novos postos de trabalho.

 

 

Apesar das importantes mudanças realizadas após a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em 2010, nosso país ainda tem muito o que avançar quando o assunto é reciclagem e os atores envolvidos neste ecossistema.

Por isso, tente fazer a sua parte! Informe-se, pesquise, separe e descarte corretamente!

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